segunda-feira, 8 de março de 2010

para... em...



E chove em mim.
.
Ando que ando. Baloiço mas não caio.
E o Eu e o eu traçam diagonais ponderadas a fugir do que é mas não parece ser como se o silêncio mudo esbracejasse em vão.
Não sou movida por um sentimento nostálgico. Não hoje. Porque envolvida por estas quatro paredes sem cantos está a exaltação dos sentidos. Como os barulhos sem mastigar... Cheiro as cores da terra... O azul, o violeta, o cinzento...
.
Sempre o cinzento...
E a ilusão de quem está por detrás das cores com corpos transparentes e atravessados ora por brisas ora por tempestades.
.
Sempre o cinzento...
"Como o ciclo da água"... Ilusão que cresce e se encolhe tolhida de frio. Hoje chove, amanhã não se vê a ponta do pé enevoeirada.
Água-ilusão...
"Desaparece?"
"Por vezes parece que sim, quando pára de chover. Mas a água toca no chão quente e sublima sem fecundar o corpo-terra. E tudo recomeça. Perfeito seria sempre um céu cinzento."
.
Cinzento... Sempre o cinzento...

Para mim... Em mim..
Em ti!

1 comentário:

Anónimo disse...

Muito Bonito...