domingo, 14 de junho de 2009

i want a white fence.

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Eu sou simples e gosto de coisas simples.
Eu gostava de ter uma vida simples, do género "Heidi nas montanhas" mas sem a Heidi, sem o amigo da Heidi e sem ser nas montanhas. Eu gostava de não ter preocupações de maior, de não ter responsabilidades, de não sentir medo. Gostava de conseguir sentar-me no chão sem primeiro olhar para ver onde andam as formigas. Gostava de conseguir olhar para o sol sem acessórios a distorcer a imagem. Gostava de ter pouco e ser feliz assim. Minto, gostava de ter muito mas se não conseguir gostava de não me incomodar com isso e achar que esse pouco afinal já era muito. Ter uma casa pequena mas minha e achá-la grande, tal como me acho também. Não gostava de ter um empréstimo. A Heidi não tinha. Um jardim grande com uma vedação branca de madeira, coberto de relva bem verde que não fosse preciso trocar nem regar e que mantivesse a cor sem corantes nem conservantes. Eu gostava de ter um relvado azul mas ainda não vi nenhum. Era uma coisa bonita de se inventar. Com cheirinho a cerejas e a limão às segundas, a bacalhau com natas às terças, a mousse de goiaba às quartas, a gomos de laranja às quintas, a sumo de kiwi com três pedras de gelo às sextas, à comidinha do namorado aos sábados e a arroz de forno da mãe aos domingos.
De cada vez que abrisse a janela sentir-me-ia feliz e satisfeita, sem apetite (pelo menos de comida) e com tempo para tudo o resto.
Eu gostava de não ter de obedecer e seguir um código de conduta, de não ter de trocar de roupa para ir trabalhar, de poder andar de havaianas no emprego e de tratar toda a gente que me parece simpática por tu sem me preocupar com a idade.
Eu gostava de não me preocupar com o futuro, com o dinheiro que não tenho no banco, com as contas que o carteiro coloca (por engano, queria eu!) todos os meses na caixa de correio. Eu gostava de viver...
Eu gostava de ter um canteiro para aderir à moda freak da agricultura biológica (grande novidade...) e cultivar salsa, tomates cherry, oregãos, cenouras baby e tudo o que fosse pequenino. Também me podia cultivar no canteiro mas não quero partilhar o meu namorado com mais nenhum eu. Eu gostava de voltar a ter coelhos e nunca os comer por ter pena e os achar demasiado bonitos para isso e deixá-los crescer, crescer e envelhecer até morrerem de velhice. E depois teria um lugarzinho no jardim só para eles quando isso acontecesse. E uma oração também...
A casa seria de um lado virada para o mar e do outro para o campo. Em cima teria a cidade, a agitação e por baixo o conforto da aldeia e dos bons dias familiares (assim a dar mais ares de filme para o caso de querer vender ).

E assim tinha uma vida feliz, sossegada e feliz. Ah já me ia esquecendo... e feliz! E podia ter também um carro que andasse a energia solar ou a água. Mas tinha de ser água não potável, como a do banho ou isso. Afinal já ia poupar na relva.
E seria feliz de galochas! Querem melhor?
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And last but not least...
Não podia faltar O homem de quem gostava um bocadinho assim para o grande. Digamos que um bocadão. Vá lá que eu sou a dar para o mimosa e boazinha e até gosto muito muito muito d= homem que vai morar comigo na minha casa com vedação branca. E ia ter muitos cães e gatos... mas daqueles auto-suficientes e muito à frente que até trabalham e no fim do mês deixam um cheque no frigorífico (com um daqueles ímanes todos giros).


E sempre sem esquecer as minhas galochas todas fashion.
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1 comentário:

Anónimo disse...

Quem nao era...