terça-feira, 12 de maio de 2009

um dia...*

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... vou pintar as unhas de vermelho.
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Diz quem sabe que não existe mulher que não tenha experimentado uma sensação de poder depois de um verniz vermelho. E, nestes detalhes, faço questão de fazer parte das estatísticas.
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Diz quem sabe que o vermelho traz implícita a palavra desejo.
Se não for desejo será paixão ou qualquer outra coisa que ferva e que faça ferver. E, nestes detalhes, faço questão de experimentar durante o inverno.
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Fogo, instinto.
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Diz quem sabe que tudo ganha um ar de provocação. Qualquer gesto, qualquer movimento.
É a cor que inspira segundas, terceiras intenções. E sempre, sempre, chama a atenção, pelo bem e pelo mal. E, nestes detalhes, faço questão de dizer que sim, que concordo. Não passa ao lado e eleva-se entre as outras cores. "Se é para dar nas vistas então haja latas de verniz vermelho. Hão-de olhar para mim, mais que não seja para as unhas." E é ver unhas vermelhas a passear sozinhas, a tomar café, a dançar...
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Diz quem sabe que, apesar de parecer fútil, um verniz vermelho passa a estado de espírito. Digo eu, que disto não percebo muito, que É fútil, não parece. Se assim fosse, os senhores da Robbialac seriam as pessoas mais espirituosas das redondezas. Acredito que ajude mas não define nem decide.
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Diz quem sabe que nem sempre fica bem. (Jura?? Nunca vi!) É preciso estar em sintonia com toda a vibração que ele provoca. (Qual telemóvel em modo silencioso!) É preciso estar disposta a encarnar a mulher que se esconde por detrás de um verniz renda ou rosa clarinho. (Avé, Linda Reis, pioneira destemida nesta arte!)
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Digo eu, que nada sei, que é preciso desejo. O do verniz não chega.
Pelo menos até que tudo comece a descascar.
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*...vou ser grande
...vou ter uma casa grande
...vou ter um carro grande
...e um pequenino que eu não sou esquisita
...vou ter tudo o que sempre quis, quero e hei-de querer em tamanho S e L
...um dia pinto as unhas de vermelho
...mas só depois de as deixar crescer
...e talvez comece pelas dos pés
...um dia.
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