
Há já algum tempo que tenho por hábito (vício assim a dar para o estranho) escutar determinadas conversas em detrimento de participar. Não fico feita bicho-do-monte encostada a um canto a acenar com a cabeça e a exibir um sorriso parvo, se o assunto der para isso, ou feições mais sérias (coisa que não me custa nada) se a coisa pedir seriedade e anuência. Pelo contrário! Incentivo os interlocutores a prosseguir e a desenvolver certos temas mas só o faço quando prevejo que o que vai ser dito passa a completamente estrambólico quando retirado do contexto. Traz várias vantagens: o tempo passa a correr, as conversas mais insossas ganham sabor e o ai-que-não -conheço-quase-ninguém-nem-tenho-assunto-para-eles passa num instantinho! Podemos até chegar ao final da noite como uma das pessoas mais divertidas e marcantes do "ajuntamento".
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E é isto que proponho.
.Peguem numa conversa banal e transformem-na numa pequena peça surreal onde cada personagem decide (involuntariamente) explorar o cúmulo da sinceridade e estupidez. Para quem está de fora (do texto e não da conversa) resta tentar decifrar o sentido por detrás de cada excerto. "Catch it if you can!"
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