quarta-feira, 10 de junho de 2009

até de manhã.

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Tenho sono. Mas tenho também o cabelo molhado. E enquanto espero que seque deambulo por paragens incertas.

Hoje foi um dia Nestum reforçado. Qual "das 9 às 5"? I wish! Wake up and smell the coffee... Mas nada de café. Uma bandeja na cama cheia de horas por dormir, insónias, ruído, olhos semicerrados, grunhidos indecifráveis e uma carrada de mãozinhas minúsculas a puxar-me de volta para os cobertores, qual Gulliver na terra dos Lilliputianos.

Frio... Chuva... Trânsito... Minutos contados... Um pesado na faixa da esquerda... De novo o relógio... Portagens... Filas... Estacionamento... Caos... Um "bom dia" inerte... Mais um "Ohhh tão novinha!" para a caixinha dos "Ohhh e se te calasses?"... Pudins flans de aroma sem contexto... Impaciência e inércia... Façamos uma pausa! Porque "tenho dores guardadas em caixinhas" e empilhadas em 3D. Mais uma e parte. Mais uma e caio "contra mim, contra ti, contra lá". Pegam-me ao colo nos meus braços e no meu peito e suporto o peso de quem me sustenta leve. E um refúgio escuro de janelas abertas e cortinas transparentes com cheiro de casa e textura de água. E o algodão doce envolve o ar e do chão caem gordas nuvens simpsonianas com efeito trampolim e livro de instruções para piruetas. Pés de plasticina que se moldam se cairmos mal e que são mãos, olhos, relva, melancia ou lábios se o artista involuntário partilhar o saber esculpir a inspiração e a expiração. E os bocadinhos que sobram juntam-se, amassam-se e com a polpa dos dedos moldam-se cartas intemporais de "dias que passam a meu lado" e me cutucam nas costas com letras sussurradas bem baixinho, bem "segredo" em jeito de "Estúpida mania de achar que as palavras cabem nos afectos, que a paixão não precisa de sindicato e que basta o sabor dos beijos, o calor dos abraços, a intensidade de se fazer amor. Não chega, pois não? Há palavras que devem ser ditas e ficam sempre cá dentro, sempre à espera do momento ideal. E um dia os ideais mudam e passam. Vazio, dor, ausência, e um coração a transbordar de palavras que ficaram ali por um fio, a um nada de serem ditas. Palavras que assomam quando menos esperamos lembrar-nos delas. Embrulha-se o estômago quando as sentimos quererem sair cá de dentro. Contorce-se o corpo na tentativa de as conter. E depois uma lágrima, outra lágrima. E outra.". E o silêncio cresce e atinge formas de gigantismo e os sussurros adormecem... Despertador! Telefone! Barulho, memória, post-its imaginários de pestanas e de macio, em modo manual e extasiante. E não esquecer, deixar passar, adiar. Porque nem sempre o depois depois depois depois depois depois depois depois depois depois depois depois depois depois depois depois depois epoisd epoisd epoisd poisde poisde poisde poisde poisde oisdep oisdep oisdep oisdep oisdep oisdep isdepo isdepo isdepo isdepo isdepo isdepo sdepoi sdepoi sdepoi sdepoi sdepoi sdepoi sdepoi sdepoi depois depois depois depois depois depois depois depois depois depois significa o mesmo para mim e para ti. E "oxalá, oxalá te veja ao meu lado ao pé de mim, ao pé de mim..."
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