Hoje estou parva. Estou, não sou!
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Parva como quem canta qualquer musicola que passe na rádio.
Parva como quem entope a rua só porque o arco-íris está mais nítido que nunca e desfoca se o carro estiver em andamento.
Parva como quem pede uma fatia daquele bolo de chocolate habitué e o acha ainda mais fofo que o normal.
Parva como quem se senta nos espaços infantis e ganha meia hora a escrever um nome com lápis de cera de todas as cores.
Parva como quem se veste de azul, prateado, rosa, verde, cinza, castanho e amarelo tudo de uma só vez.
Parva como quem manda mensagens gugu para o namorado e se derrete toda com as respostas dada.
Parva como quem se sente pequena na roupa que usa mas enorme no corpo que passeia.
Parva como quem não faz planos para amanhã mas imagina coisas lindas, passeios de mão dada, corridas para fugir da chuva, gelados que congelam a mão e abraços reconfortantes.
Parva como quem só quer acordar cedo e ficar até tarde no quentinho dos cobertores a pensar com dois sorrisos no rosto.
Parva como quem, subitamente, tem vontade de escrever sobre nada e nada sai, realmente.
Mas parva...
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